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Scot Consultoria

"Caos no porto de Santos não é culpa da supersafra", diz Cargill


Segunda-feira, 8 de abril de 2013 - 08h50

A supersafra da soja está sendo apontada injustamente como a origem no colapso do transporte de grãos ao porto de Santos, afirmou nesta terça-feira (2) o diretor de portos da Cargill, Clythio Buggenhout, que opera o terminal de grãos do Guarujá, no litoral paulista. O executivo participou na terça-feira (2/4) da Intermodal South America, evento que acontece em São Paulo.


"Do total de caminhões que chegam para descarregar mercadorias no terminal, 30,0% transportam grãos e 70,0%, outras commodities", aponta o executivo. De acordo com ele, o limite do terminal foi atingido em 2011, antes da supersafra.


Como exemplo do caos na acessibilidade ao porto de Santos, Buggenhout cita a atuação de agentes privados nas rodovias para controlar o tráfego de caminhões rumo ao terminal no Guarujá, na ausência de agentes públicos.


Perda de competitividade


O presidente da Associação de Comércio Exterior no Brasil (AEB), José Augusto Castro, classifica a situação atual como "apagão logístico", que é agravada pelo aumento nos custos do transporte e pelo encalhe de mercadorias para exportação. Como resultado, o País tem perdido competitividade no mercado internacional.


No último relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil ocupava a 22ª posição no ranking mundial de exportadores em 2011, mesmo sendo a sétima economia mais rica do mundo.


Para Castro, a ineficiência operacional e os elevados custos do transporte - que aumentaram em 30,0% com o recente agravamento da crise nos portos - estão afastando o país da globalização industrial. A infraestrutura nos portos deveria ser planejada em conjunto com rodovias e ferrovias, segundo ele.


A associação pondera que a crise não é eterna e, se houver uma política integrada para criar infraestrutura portuária, o Brasil pode ser amplamente beneficiado no mercado externo. "O crescimento econômico e o êxodo rural na China e Índia reduzirão a produção de alimentos nestes países, gerando maior necessidade de importação de nossas commodities", diz.


Portos 24 horas


O presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegários (Abtra), Luis Augusto Ópice, defende que, para ser mais ágil, o transporte de cargas nos portos deveria funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano, e não apenas em horário comercial. "Se houver um processo integrado, funcionando sem parar, boa parte da carga encalhada poderá fluir, especialmente durante a noite, quando as rodovias têm baixíssima taxa de ocupação", sugere o executivo.


Ópice também diz acredita que, para solucionar a crise logística nos portos brasileiros, investir apenas em infraestrutura não é suficiente. "Falta rever questões tributárias e aumentar a capacidade das plataformas para receber cargas cada vez maiores, com o crescimento dos navios", declarou.


Entre 1996 e 2012, a participação do Brasil no comércio exterior subiu de US$ 100 bilhões para US$465,00 bilhões. No ano passado, a movimentação de cargas nos portos brasileiros cresceu 2,0%, totalizando 904 milhões de toneladas de mercadorias transportadas.


Fonte: Ig. Pela Redação. 5 de abril de 2013.



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